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Sicília: Catânia e o vulcão Etna

Conforme falamos no nosso último post, partimos de La Spezia para nossa última parte da viagem, o casamento em Marzamemi na Sicília! Em La Spezia, pegamos um trem até a estação ferroviária Roma-Termini. De lá pegamos um trem local que faz o trajeto Roma Termini-Aeroporto Fiumicino e depois um vôo até Catânia, que é a cidade onde fica o maior aeroporto da Sicília. Existem outros aeroportos na ilha, mas para nós, que estávamos querendo conhecer Catânia e íamos depois descer até a cidade de Marzamemi, foi perfeito. O trajeto La Spezia-Catânia foi tranquilo, saímos no primeiro trem às 07:44h e chegamos em Fiumicino às 11:22h, sobrando tempo para fazermos um lanchinho no aeroporto antes do embarque. Comemos uma pizza de tomate com mussarela de búfula deliciosa e uma cerveja artesanal local (Baladin).

Um pouco sobre a Sicília

A Sicília é a maior ilha do mediterrâneo, fica bem ao sul da Itália e sua capital é Palermo. Esta ilha no passado foi ocupada pela metade do mundo antigo civilizado. Da mesma forma como vieram, estes conquistadores foram embora, deixando uma variada herança cultural, gastronômica e arquitetônica. Por ser uma ilha, o impacto dessa ocupação sob a população foi intenso. Da época dos gregos, veremos ruínas espetaculares do mundo grego antigo. O barroco siciliano dos séculos 17 e 18 é muito peculiar e podemos ver isso principalmente nas cidades de Catânia, Noto, Siracusa e nas construções que mostram a paixão siciliana por ornamentos. Alguns chegam a dizer que na Sicília há menos sangue italiano do que fenício, grego, árabe, normando, espanhol ou francês. Toda essa mistura exótica criou uma nação à parte nesta região sul da Itália. Podemos afirmar sem dúvida que achamos esta região uma das mais completas e fascinantes da Itália. A Sicília é separada do continente pelo estreito de Messina que possui apenas 3km. É onde fica a cidade com o mesmo nome e um porto. Tanto na Sicília como nas ilhas em volta ainda existem vulcões ativos. Os principais são o Etna, Stromboli e Vulcano. A região da Sicília é dividida em províncias: Agrigento, Caltanissetta, Catânia, Enna, Palermo, Messina, Ragusa, Siracusa e Trapani. Dessas regiões, destacamos algumas cidades mais conhecidas que são a capital Palermo, Catânia , Taormina, Siracusa, Noto, Agrigento e Trapani. Quanto às ilhas eólicas, as mais procuradas são: Salina, Lipari, Vulcano Panarea e Stromboli.

Catânia

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Nós não tínhamos muito tempo e a caminho de Marzamemi só deu para visitar Catânia, Siracusa e Noto, mas com certeza voltaremos para ficar um tempo maior nessa ilha que nos encantou!

Catânia  

Como já falamos, chegamos em Catânia  pelo aeroporto internacional da cidade. Ao sairmos do terminal pegamos o Alibus, um ônibus que nos deixou no centro da cidade. A passagem nós compramos dentro do ônibus e custou 4€. O Alibus funciona das 4:40 até meia noite, com intervalos de 25 minutos. Outra opção seria pegar um táxi na saída do aeroporto, que custa entre 20 e 30 € até o centro.

Hospedagem em Catânia

Ficamos hospedadas 2 noites no B&B Liberty 900. Encontramos ele no Booking.com. A  rua era residencial e bem em frente do B&B tinha o ponto de ônibus que vinha e que ia para o aeroporto. O B&B fica num apartamento em um prédio com uma entrada elegante e dispõe de elevador. Nossa suíte era enorme e tudo super limpo e com decoração estilosa. A recepcionista muito simpática foi quem nos deu todas as informações sobre a cidade e sobre o passeio que queríamos fazer ao monte Etna.

O café era servido num pátio bem simpático e pela própria dona, uma italiana que adorava conversar e estava sempre querendo nos agradar. O café tinha bastante variedade e tudo muito gostoso e fresco.

Catânia é um porto antigo banhado pelo mar Jônico e está localizada bem aos pés do Monte Etna que fica 3.350 m de altitude e tem um vulcão em atividade. A cidade sofreu dois terremotos e 8 destruições causadas pela lava do vulcão Etna durante os períodos de erupção.  Ao ser reconstruída posteriormente, as casas passaram a ter sua base construída com a lava vulcânica, o que faz com que elas sejam mais resistentes a terremotos. A princípio, a cidade nos causa uma estranha impressão, parece um pouco sombria, pois seus prédios são cinzas, tanto pela construção, como pelas cinzas do vulcão que estão constantemente caindo e sendo trazidas pelo vento. Mas depois que você entende a história, tudo parece mais bonito! A cidade é ótima para se tomar como base para conhecer a Sicília, com preços mais baixos na hospedagem e farto transporte público para deslocamento.

Pontos turísticos em Catânia

Catânia é a segunda maior cidade da Sicília e seu aeroporto é o mais importante do sul da Itália. Nela vamos ver algumas das construções mais criativas do barroco italiano. A cidade é plana e os principais pontos turísticos ficam muito perto, por isso optamos por conhecê-la à pé.

O ponto alto da cidade é a Piazza del Duomo e a via Etnea, uma das principais vias da cidade,  fica ao lado. Na praça está a catedral de Santa Ágata, o Duomo de Catânia, todo em estilo barroco e rococó. Sua fachada é uma obra do arquiteto Giovanni Battista Vaccarrini.

No centro da praça, fica o símbolo da cidade  o “U Liotru” ou a fonte do elefante, que exibe o animal feito em lava carregando um obelisco egípcio. Segundo uma lenda, o elefante seria uma estátua mágica capaz de proteger a cidade contra os terremotos.

Catania

A Via Etnea é a rua principal da cidade e num dia claro é possível avistar o Monte Etna bem ao fundo. A rua tem vária lojas e bares e cafés.

Passando um pouco da Via Etnea, Na Via Vitorio Emanuelle II, é possível ver a Igreja se São Francisco de Assis e o Teatro Romano. Nossa visita ao teatro foi um pouco prejudicada pois no dia iria acontecer lá um concerto. De qualquer maneira valeu a visita!

De volta à Via Etnea, na altura da Piazza Stesicoro, se encontram as ruínas do anfiteatro romano e com uma caminhada pequena chegamos à Praça Bellini.

Outro lugar que visitamos foi o mercado de peixes da cidade que funciona todos os dias e lá vimos pescados muito frescos. Uma curiosidade é que eles servem os peixes, nos restaurantes em volta, apenas marinados no limão e para acompanhar os vinhos brancos incríveis das vinícolas do Etna. Ficamos impressionadas com a variedade e a qualidade dos frutos do mar que vimos por lá.

Gastronomia em Catânia

A rua Santa Filomena é o paraíso para degustarmos as delícias locais. A rua por si só já merece ser conhecida, pois é simplesmente um charme, principalmente à noite. Foi amor à primeira vista, tanto que voltamos lá várias vezes.

Sabíamos que um prato típico da cidade era a Pasta alla Norma, que recebeu este nome em homenagem à Opera Norma de Vicenzo Bellini, um compositor catanês.

Esse compositor é muito homenageado na cidade e tem até uma estátua numa praça com seu nome. Existem várias lendas sobre a origem do prato, uma seria de um poeta siciliano que apreciava tanto o prato que o comparava à opera Norma e com o passar do tempo o nome acabou por ser incorporado ao prato. Outra que o nome teria sido dado em homenagem ao próprio compositor que, ao comer numa casa simples, a dona preparou uma massa com berinjelas, que era apenas o que ela tinha em casa. O compositor adorou e acabaram por batizarem o prato com o nome da ópera.

Os ingredientes da receita são: massa ao molho de berinjelas fritas, tomate, manjericão fresco e finalizado com ricota dura salgada ralada. Claro que precisávamos experimentar e foi isso que fizemos no Blanc a Manger (Via Santa Filomena 55, aberto todos os dias de 11:30/24h. Sexta e sábado fecham à 1h e segunda abrem às 16h).

Pedimos também uma caponata de melanzane de entrada e uma ao cacio & pepe (queijo caciocavallo e pimenta) e para acompanhar um vinho da região do Etna.

Um outro hábito bem comum na cidade é comer carne de cavalo e mais uma vez nos aventuramos na iguaria. Um pouco sem coragem, fomos de polpetta (Polpetteria – o restaurante fica na mesma rua, Santa Filomena no nº 48). Dessa vez pedimos uma cerveja para acompanhar.  O restaurante também serve pizza. Este não abre para almoço, somente aos domingos.

De sobremesa, pedimos um cannolo scomposto, que nada mais era que um cannolo (singular de cannoli) descontruído: o creme de ricota no prato com pedaços de massa de cannoli enfiados nele. MARAVILHOSO!

Bem em frente ao Giradino Bellini fica a Pasticceria Savia (302/304 Via Etnea). A especialidade da casa são os arancini, bolinhos de arroz recheados, empanados e fritos. Eles tem no cardápio várias opções de recheio e podem ser servidos por unidade ou a porção, nesse caso em tamanho menor. Uma característica é que eles usam a cúrcuma na massa dando uma coloração alaranjada. Ah, se você for lá só tomar um drink, como a gente, você recebe várias porçõezinhas de comida, como a foto aí embaixo! =0

Visita ao Vulcão Etna

A atendente do nosso B&B nos deu todas as dicas para a visitação. Optamos por fazer uma excursão quase particular em um carro modelo 4×4 (no carro estavam as Freitas e mais um casal), que nos pareceu o ideal para a subida ao Etna. O que ela nos disse é que pela manhã os ônibus de excursão aportam por lá, então tudo fica muito cheio. Decidimos por visitar à tarde e aproveitar e ver o pôr do sol por lá. Realmente foi maravilhoso! Subimos até 2300mts e fomos a 2 crateras lá no alto.

No meio do caminho ainda paramos para entrar em uma caverna criada pelas lavas do vulcão. O rapaz que nos guiava era um estudante que nas férias escolares voltava para casa e fazia esse passeio para juntar dinheiro para sustentar os gastos na universidade.

Muito delicado, ele nos levou também numa vinícola e numa loja que vendia produtos da região. No caminho para subida ao monte pudemos ver como a terra é fértil, vimos vários pés de limão siciliano e vários vinhedos. O nosso guia nos contou que ele pega um pouco da terra misturada com lava e leva para a mãe dele colocar nas plantações de tomates e que eles se desenvolvem muito melhor!

Foi uma emoção incrível visitar as crateras do vulcão que ainda está em erupção, fechamos com chave de ouro nosso passeio por Catânia !

Uma informação importante: não fomos até o topo na cratera principal, pois estava sem atividade e com muita neblina. Nos explicaram lá que quando não há atividade, não há muito porque subir até o topo, é melhor gastar o tempo explorando melhor as partes mais baixas. As excursões até o topo acabam indo de ônibus até lá em cima e pegam o teleférico que leva até o topo. São mais caras e não vêem de perto a riqueza do vulcão e das crateras criadas por ele. A melhor época para a subida é entre os meses de julho e agosto.

Aqui terminou nossa aventura em Catânia! Foram 2 dias e meio intensos e deliciosos por aqui. Daqui partimos viagem para Marzamemi, onde seria o ponto alto da viagem: o casamento. Mas isso é papo pra um próximo post 😉

 

 

 

7 COMENTÁRIOS

  1. Parabéns, mais uma vez, pela excelência da matéria colocada neste post. Abrangente, bem ilustrada, e com a (re)conhecida simpatia na redação. Muito bom acompanhá-las nesta viagens. Quem sabe – um dia – nos encontraremos – mais uma vez – em uma lugar qualquer do mundo. Beijos, com carinho e admiração.

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