No passado, Belém era um povoado conhecido como Restelo e por ter uma praia de fácil acesso e segura, os barcos atracavam por lá. Com a chegada da era dos descobrimentos portugueses, o povoado começou a prosperar até chegar a ser integrado a Lisboa e teve seu nome mudado para Belém, ou melhor, Santa Maria de Belém, em homenagem à Virgem Maria. Belém fica a mais ou menos 6 km de distância de Lisboa e é lá que vamos encontrar alguns dos monumentos mais famosos e importantes de Lisboa, uma verdadeira viagem no tempo e muito ligada à nossa história, pois foi de lá que, em 1500, Pedro Álvares Cabral partiu com destino às Índias e acabou descobrindo o Brasil!
Programando a visita
Antes de mais nada, uma dica importante: Na segunda feira todos os monumentos estão fechados!
Para chegar: o melhor meio é pegar o elétrico 15E que faz o trajeto Praça da Figueira – Algés, com paradas na praça do Comércio ou no Cais do Sodré. A passagem custa 2,85€ se comprar direto dentro do bonde – lembre-se se ter moedas para pagar! Se por acaso você estiver utilizando o cartão de transporte de Lisboa a passagem sai mais barata. A primeira parada em Belém é a Belém e ela fica perto do Museu dos Coches e do MAAT (novo museu) e a última parada turística é a Pedrouços, esta é a que fica perto da Torre de Belém.
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Nosso roteiro: descemos na parada Pedrouços e depois de ver a Torre de Belém caminhamos de volta pelo calçadão para ver o Padrão dos Descobrimentos. Neste ponto, atravessamos rumo ao Mosteiro e logo depois fomos à Pastelaria de Belém (bem em frente tem o ponto do elétrico 15E para voltar para Lisboa, se você quiser encerrar o dia por aqui). Este passeio dá tranquilamente para fazer à pé, pois todos os monumentos são muito pertos. Se tiver ainda disposição, tempo e interesse, pode caminhar mais um pouco e visitar o Museu dos Coches e o novíssimo MAAT que fica às margens do tejo – esse sugerimos que mesmo que não queira entrar suba até o mirante, lá de cima a vista é imperdível! Ou então visitar o Palácio da Ajuda que é lindíssimo! No final do dia, pegamos uma balsa e fomos até Porto Brandão comer uma carvoada!
Torre de Belém
O Rei D. Manoel I no século XVI construiu a Torre de Belém com o intuito de proteger o povoado e, a princípio, ela recebeu o nome de S. Vicente que é o patrono de Lisboa, depois passou a ser Torre de Belém (ou Torre de S. Vicente a par de Belém) que hoje é um símbolo de Lisboa e foi declarada patrimônio cultural pela Unesco. A torre parece um castelo medieval e fica às margens do Rio Tejo. Para se visitar a Torre o ingresso custa 6 euros.Tem também um ingresso combinado com a visita ao Mosteiro dos Jerônimos que custa 12 €. A torre está fechada às segundas-feira e aberta nos outros dias de 10/18:30 no verão e até 17:30h no inverno. Informações no site.
Padrão dos Descobrimentos
O local era o ponto de partida das caravelas rumo ao descobrimento e conquistas. O monumento original foi inaugurado em 1940 como uma forma de homenagear as figuras históricas que participaram desses descobrimentos. O atual é uma réplica feita em concreto e pedra e inaugurado em 1960. O monumento tem a forma de uma caravela e as imagens dos grandes navegadores. No alto há um mirante. O ingresso custa 5€ e o monumento está aberto todos os dias no horário de 10/19 no verão e 10/18 no inverno. Informações no site.
Mosteiro dos Jerónimos
O Mosteiro de Sta Maria de Belém foi fundado em 1496 pelo rei D.Manuel I e em memória ao Infante D.Henrique, que era devoto a Nossa Senhora e S Jerónimo. Doado aos monges da Ordem de S. Jerónimo, hoje é conhecido como Mosteiro de S. Jerónimo (o elétrico 15E tem uma parada aqui). O prédio é uma verdadeira obra prima da arquitetura do século XVI e foi declarado patrimônio cultural pela UNESCO. Colada ao Mosteiro está a Igreja Santa Maria de Belém cuja visitação é grátis. Os dois prédios formam um conjunto belíssimo!
O mosteiro está fechado às segundas-feira e o nos outros dias o horário é de 10/18:30h de outubro à abril e de maio a setembro fecha às 18:30. Bilhete custa 10€ e se for conjugado com a entrada para Torre de Belém sai a 12 €. Existem outras combinações da visita ao Mosteiro com outros monumentos. Para mais informações consulte o site.
Pastéis de Belem
Saindo do Mosteiro, é hora de procurar a pastelaria que vende os famosos pastéis de Belém! Muito fácil de achar é só procurar uma aglomeração. A pastelaria existe desde 1837 e sua fachada é bem típica toda em azulejos portugueses nas cores azul e branco. Os pastéis são fabricados segundo uma receita do Mosteiro dos Jerónimos (endereço: Rua Belém 1300-085). Uma dica para fugir das filas é entrar e degustar os pastéis sentadinho numa mesa, o local é enorme e sempre se encontra uma mesa vazia. Mais informações no site.
Museu Nacional dos Coches
Esse museu é todo dedicado à exposição de carruagens, carros antigos e outros transportes utilizados pelos reis. Nós não fomos, mas fica aqui a dica para quem se interessa 😉
Museu MAAT
Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, ao lado da Central Tejo, um edifício da metade do século XX recém-renovado e que abriga também o Museu da Eletricidade. Aqui vamos ver o projeto arrojado do MAAT, da arquiteta Londrina Amanda Levete, incorporado com o antigo museu ao lado. Localizado às margens do Rio Tejo, o museu foi inaugurado em 2016 e possui um design diferenciado que permite que as pessoas circulem sobre, sob e através do edifício. A fachada foi montada na tradicional cerâmica portuguesa, em azulejos 3D e que nos trás várias formas de visualização captando a luz e a sombra que vão mudando durante o dia. No topo da rampa do museu tem um terraço de acesso grátis e aberto 24hrs que nos proporciona uma vista incrível e a sensação de estarmos navegando no Rio Tejo! Quando estivemos lá o MAAT ainda não estava aberto ao público.
Para chegar podemos utilizar o elétrico 15E e descer na parada Belém. Informações no site.
Dica extra 1: Palácio Nacional da Ajuda
Este palácio serviu de moradia para a família Real Portuguesa até 1910, quando ocorreu o final da monarquia. O palácio é belíssimo e abriga importantes coleções de artes decorativas que vão do século XV ao século XX, mas o destaque fica para a ourivesaria, joalharia, têxteis, mobiliário, vidro e cerâmica, bem como as coleções de pintura, gravura, escultura e fotografia do período compreendido entre os séculos XVIII e XIX. Tudo muito bem conservado. Vimos ambientes inteiros mobiliados e o ponto alto da visita foi com certeza o salão de banquete, todo arrumado como se fosse acontecer uma festa lá a qualquer momento! Aliás o salão ainda é usado em ocasiões especiais do governo. Belíssimo! Quando nós fomos, a fachada estava em reformas. Fotos e site
Localizado no alto da Calçada da Ajuda, que é a rua que liga a Zona Ajuda à Belém (parte baixa perto do Museu dos Coches). Endereço: Largo da Ajuda 1349-021. Aberto de 10/18hrs e a última entrada é às 17:30hrs e fechado às quartas-feira. O ingresso custa a 5€. Informações no site: palacioajuda.pt
E para chegar: se estiver vindo de Lisboa no Cais do Sodré pegar o ônibus 760 que tem uma parada em frente ao palácio. Se estiver em Belém é só subir à pé a Calçada da Ajuda, esta rua é a que na esquina fica o Museu Nacional dos Coches, ou então pegar o ônibus 729 que para logo no início da rua e descer na parada calçada ajuda GNR que para perto do Palácio. Mais informações no site.
Dica extra 2: para comer – Porto Brandão (carvoada)
Porto Brandão é uma vila de pescadores que pertence à Almada. Está localizada às margens do Rio Tejo e parece ter parado no tempo. Aqui o destino é basicamente gastronômico, fomos lá somente apreciar a vista e comer a tal carvoada.
Bom, primeiro temos que explicar o que é uma carvoada: é um tipo de churrasco preparado à mesa em uma grelha rústica que utiliza o carvão para aquecê-la.
Logo na saída da balsa vimos uma pequena extensão de areia e vários restaurantes ao fundo. Optamos por comer no restaurante Porto Sentido. Descobrimos, por sinal, que o dono tem outro restaurante em frente, o Maré Viva. Aceitamos a entrada oferecida pelo garçom, mas nos arrependemos pois a tal carvoada é bem farta! Também dica do garçom, pedimos a carvoada mista que vem com carne, peixe e camarão, ótima escolha! De acompanhamento, além de vários molhos, eles servem batata frita e frutas da estação, que harmonizaram perfeitamente com o vinho rosé (bem clarinho, ao estilo dos da Provence) que escolhemos. Era um final de tarde e ficamos na varanda, de onde tínhamos uma vista para a praia e para Lisboa. Enfim, fechamos o dia com chave de ouro!
Para chegar: Em Belém, às margens do Rio Tejo, bem perto do Museu MAAT, fica a estação de onde sai a balsa que nos leva a Porto Brandão. A travessia dura aproximadamente 12 minutos e logo na chegada veremos uma praia e vários restaurantes. A passagem custa 1,15€. Mais informações no site.
Veja outras dicas de Lisboa:
Oi…
Estou indo a Lisboa mês que vem. Muito boas as dicas aqui nesse blog. Tenho uma dúvida. Aqui você diz que Belém fica a 6km de Lisboa. Mas, é um bairro e não uma outra cidade. Correto? Estou perguntando, porque gostaria de saber se dá para ir apé, apesar de você ter informado qual ônibus/transporte pegar.
Mas, eu gostaria de saber se 6km seria de carro ou a pé?
Oi, confirmando Belém fica mesmo a 6km de Lisboa.Partindo da Praça do Comércio até o MAAT que é o primeiro museu dá praticamente 6km.
Nós nunca fomos à pé, mas acreditamos que você poderá fazê-lo tranquilamente pois é uma reta e não tem subida.
Hmmmmm, só de lembrar desses pastéis de Belém me dá água na boca. Também fui na torre e no mosteiro, achei ambos lindíssimos!
Delícia, né? <3