Os marchés parisienses (feiras ou mercados) são famosos pelo ambiente e pela qualidade dos produtos. Nos finais de semana, ir ao mercado é um ritual, mas depois das compras sempre acontecem os encontros dos amigos ou da família, às vezes nos mercados mesmos ou nos bares, cafés e bistrôs ao redor. Mesmo que você não tenha possibilidade de cozinhar em Paris, visitar uma feira ou um mercado é a ocasião ideal para conhecer um pouco a gastronomia francesa e seus hábitos também. É muito interessante observar a sazonalidade e a origem dos produtos e o respeito e a importância que os parisienses dão a isto no país.
O Marché d’Aligre, na Place d’Alligre, na realidade são dois mercados: o de rua e o coberto. As barracas da feira são armadas na Rue Aligre e na Place d’ Aligre em frente ao marché couvert Beauveau. Localizado no 12ème. A melhor estação de metrô é a Ledru-Rollin, é só uma pequena caminhada até a Place dÁlligre. O Marché d’Aligre é bem animado e com várias barracas de legumes, verduras, frutas, queijos, roupas e várias barracas com “brocante” (brechó e antiguidades).
Bem ao lado das barracas da rua tem um mercado coberto, um dos mais antigos da cidade, aberto desde 1779. O marché couvert Beauveau fica aberto de terça a sábado de 7 às 13hrs e no domingo de 7h às 14hrs . Os melhores dias para ir são sexta, sábado e domingo, mas recomendamos ir no domingo, pois é o dia de maior movimento e o mais animado. No mercado encontramos ótimas opções de peixaria, açougue, queijos, vinhos, especiarias e uma grande variedade de produtos regionais.
Ao redor do mercado, há vários lugares legais para ir antes ou após a visita ao marché. O Ponto altoe com várias indicações é o Baron Rouge (1 Rue Théophile Roussel). O bar fica lotado nas manhãs de domingo, seja para degustar em pé no balcão ou sentado nas poucas mesinhas na calçada. No inverno, a pedida são ostras com champagne!
Bem em frente ao Baron Rouge no nº 2 fica o Puerto Cacao, onde nós fomos e tomamos um brunch delicioso! O lugar é pequeno e aconchegante e o cheiro delicioso! São servidos 4 tipos de brunch, nós pedimos o que tinha incluído a sobremesa. O chocolate quente pode ser personalizado, acrescentando o sabor de sua preferência, como gengibre, blueberry e muito mais. Na lojinha são vendidas barrinhas de chocolate de vários sabores, cacau em pó, geleia de banana com chocolate (nós compramos). O chocolate vem direto da Venezuela para a loja, seu proprietário importa o chocolate através de uma “fair-trade” e com isto consegue preços melhores e ainda ajuda as causas humanitárias. A fair-trade emprega pessoas com vários tipos de dificuldade, quer financeira ou mesmo a inserção na sociedade de presidiários.
Outros restaurantes indicados na área são:
Penty – 11 rue de Cotte . O menu inclui omeletes, saladas, sanduíches, tudo por um preço excelente. O bar fica numa rua bem próxima ao Marché.
Le Charolais – 15 Rue de Cotte. Um bistrô simples que serve a tradicional comida francesa, como o steak tartare, tábuas de queijos e ostras frescas que vem direto do marché. Aliás, o local é frequentado pelos comerciantes que fazem uma parada para o café da manhã ou uma taça de vinho como aperitivo.
Depois do Marché d’Aligre, você pode ir à Promenade Plantée! Mais informações sobre esse passeio aqui.
La Butte aux Cailles
Procurando lugares que fugiam do tradicional para ir em Paris, encontramos um blog que falava deste pedacinho da cidade. Pronto, foi o ponto de partida para as pesquisas e incluímos o passeio em uma de nossas idas à Paris. O bairro está situado no 13ème no limite do 14ème, delimitado pelo Boulevard Auguste Blanqui, Rue Moulin des Près, Rue Tolbiac, e Rue de Barrault.
Um pouquinho de história:
La Butte aux Cailles esta localizada numa pequena colina com 60 metros de altura e só foi incorporada à Paris no ano de 1860. Recebeu este nome de Pierre Caille, que era o proprietário dessas terras em 1543. O local não passava de um terreno desabitado às margens do rio Bièvre, um afluente do Rio Sena. Com o passar do tempo e devido às atividades industriais na região, o rio Bièvre acabou se tornando um verdadeiro esgoto à céu aberto. Hoje este rio teve seu curso desviado para debaixo da terra. Somente no século XX que o bairro começou a tomar a forma que conhecemos hoje. O lugar também foi muito importante na guerra civil, conhecida como Paris Commune de 1871.
Parece que o bairro parou no tempo. Ele ainda conserva muitas casas, jardins floridos, vilas, ruas de paralelepípedo bem estreitas (Passage Boiton, Passage Barrault, Passage Sigaut), pracinhas, e tudo isto nos remete à sensação de estarmos numa pequena cidade do interior calma e fora do tempo. É muito interessante admirar os diferentes estilos de arquitetura das casas. Este bairro atraiu uma grande quantidade de artistas de arte de rua, durante o passeio podemos admirar muitas destas “street arts”, o que concede um charme a mais ao bairro. Uma rua que também merece destaque é Rue Daviel , a “petite alsace” como é conhecida, um conjunto de casinhas de madeira com telhado pontudo, e a Villa Daviel com suas casas e jardins.
O bairro é bem calmo durante o dia e particularmente apreciado pelos parisienses. As duas ruas principais, a Rue de la Butte aux Cailles e a Rue des Cinq Diamants recebem no início da noite uma multidão, principalmente no quarteirão mais animado situado entre a Place Verlane e Place de la Butte aux Cailles, como é conhecido a encruzilhada formada pelas ruas Rues de l’Espérance, Rue des Cinq-Diamants e Rue de la Butte-aux-Cailles.
Para chegar ao bairro, uma opção é a estação de metrô Corvisart. Chegando lá, é só seguir pelo Boulevard Auguste Blanqui até a rue Moulin des Près. Pronto, você já está entrando no bairro e logo a seguir verá a rue de la Butte aux Cailles. Outra opção é o metro Tolbiac, siga pela rue Tolbiac e entre na rue Moulin des Près e logo a seguir aparecerá a rue de la Butte aux Cailles. Ou então, salte no metrô Place d’Italie e siga pelo Boulevard Auguste Blanqui e entre na rue de Cinq Diamand. Ande até a rue de la Butte aux Cailles.
Nós fomos num domingo e escolhemos descer na estação de metrô Place d’Italie. Tinha um marché de rua acontecendo e o bairro estava bem animado. Depois de nos deliciarmos com o clima das ruelas escolhemos o Chez Gladines (30 Rue des Cinq Diamond) para almoçar. O restaurante é todo de mesas comunitárias, com garçons vestindo camisetas brancas, lotado de locais com seus amigos, famílias.Serve comida basca. A comida estava deliciosa e uma curiosidade é o modo como a comida é servida: um exemplo é a salada que vem dentro de uma bacia de alumínio. Tudo muito simples, mas alegre e alternativo como o bairro! Não aceita cartão e tem preços excelentes.
Não deixe de ver:
La Piscine de la Butte aux Caille – 5 Place Paul Verlane. Uma das mais antigas piscina de Paris. Alimentada por um poço artesiano, foi construída pelo arquiteto Louis Bonnier entre 1922 e 1924 com um estilo art decô, e tombada pelo patrimônio histórico da cidade. A fachada é toda em tijolinho vermelho.
Outros restaurantes indicados:
L’Oisivithé – 1, rue Jean Marie Jégo. A palavra oisivite significa ociosidade. A sacada foi juntar oisive (ócio) com thé (chá). Bem pequeno e acolhedor, com uma decoração bem divertida com novelos de lã, bules de chá, mesas e cadeiras coloridas. Eles servem brunch no finais de semana de 11hrs às 16hrs, ao preço de 17 euros por pessoa, incluindo bebida quente (chá, café ou chocolate quente), 1 copo de suco de laranja, dois ovos quentes, pães e brioche, manteiga, geleia, e um folhado salgado (recheio a escolher) acompanhado de saladinha. Todas as quartas são oferecida aulas de tricot.
Les Temps des Cerises – 18-20 Rue de la Butte aux Cailles. O nome foi dado em homenagem a Commune 1871. Os garçons são os donos. O bar fica aberto todos os dias de 11:45 às 14:30 e das 19hrs às 23:45 e fechado aos domingos.
Chez Mamane – fica em frente 12/16h e 19hs. Ótimo lugar para comer um autêntico couscous.
Mais passeios em Paris:
Jardin Vertical e Canal Saint-Martin
Bercy, Cinémathèque e Bibliotèque Nationale