Dia 08 (continuação): De Castellane até Aix-en-Provence foram aproximadamente 2 horas de viagem. Escolhemos a rota mais rápida para chegarmos ainda com o dia claro, pois detestamos dirigir à noite em estradas. Estivemos em Aix no ano passado e a cidade nos encantou tanto, que resolvemos repetir, e não faltam motivos para se escolher a cidade como base. Para citar alguns:
- fica perto do Luberon que é com certeza uma mais bonitas regiões e com as cidades mais charmosas da Provence tais como: Lourmarin, Cucuron, Ménerbes, Gordes, Roussillon, La Isle-sur-la-Sorgue, entre outras.
- possui estação de trem e de TGV (trens de alta velocidade) fazendo ligação com várias cidades e em apenas 3hrs chega-se a Paris!
- fica a apenas 30 km do aeroporto da cidade de Marseille, que faz conexões com várias cidades da França e da Europa e que tem um serviço de transfer para Aix em onibus confortáveis com horários regulares.
- sua localização nos permite conhecer várias cidades das outras regiões da Provence, sendo que uma das mais longes, Avignon, está a apenas 100km de distância, dando para fazer vários bate e volta.
Também já falamos aqui porque Aix está em nosso coração. Além disso, Aix é charmosa, vibrante, uma cidade universitária (a Aix Marseille Université é uma das cinco melhores do pais) e mesmo sendo uma cidade grande, mantém a aura provençal. Existem várias opções de hospedagem na cidade e nos arredores, nosso chambre d’Hôte ficava a apenas 5 km de distância numa rota super fácil de se dirigir. Como em quase todas as cidades da região não é permitido entrar de carro na cidade mas logo na entrada encontramos vários estacionamentos.
O nome Aix en Provence significa “águas na provença” e várias fontes fazem parte da herança do tempo das termas romanas. Podemos chamá-la simplesmente Aix como os locais. A Fontaine de La Rotonde é a maior fonte e fica bem na entrada da cidade, dela partem as principais avenidas entre elas a Cours Mirabeau que nos leva ao centro histórico. Cours Mirabeau que já foi uma muralha e hoje é um boulevard classudo ladeado com árvores típicas da região, belas casas, fontes, cafés e lojas elegantes. É por aqui que se inicia o passeio pelo centro histórico da cidade.
Como toda a cidade provençal Aix também tem seus mercados de rua. Todas as terças, quintas e sabados, sempre entre 10 e 12hrs, na Cours Mirabeau, na Place Richelme e Place Prêcheurs. Se organize para estar na cidade em um dia de mercado pois é o dia mais movimentado, tanto de locais como turistas.
Mas Aix também tem seu lado moderno, que fica perto do escritório de Turismo, abrigando diversas lojas nos Allées Provençales (um shopping center) e prédios residenciais. Ali perto ficam também o Pavillon Noir, onde acontecem espetáculos de dança e o Grand Théâtre de Provence, que recebe espetáculos líricos e teatrais. À noite os estudantes deixam a cidade bem animada, principalmente nos bares da praça des Augustins, nossa preferida!
Aproveitamos o fim do dia para ir até a cidade comer no nosso cantinho favorito, o restaurante Le Petit Bistrot, na praça des Augustins.
Dia 09: Tiramos o dia para ficar em Aix e seguir os passos de Cézanne, pintor que nasceu e morreu em Aix. Pelos caminhos de Cézanne, andando pelo centro histórico, encontramos nas calçadas a letra C em dourado sinalizando os passos dele. No escritório de turismo (Office du Turisme) que fica bem ao lado da Rotonde são distribuídos folhetos com as explicações e, o melhor, tudo de graça! Com isto podemos conhecer a cidade através de seus passos e no final sentarmos no seu café preferido, o Deux Garçons, que existe desde 1792 no número 53 da Cours Mirabeau.
Continuando com o tema de Cézanne, dois programas obrigatórios são o Atelier, que permanece do jeitinho que ele deixou inclusive com objetos pessoais, e a visita à Montanha Sainte Victoire, muito retratada por ele. Para chegar ao atelier, tomamos o ônibus 5, bem em frente ao escritório de turismo e a parada é na Avenue Paul Cézanne onde, no número 9, fica o Atelier. Um passeio interessante de se fazer depois da visita é ir ao lugar onde ele ia pintar todas as tardes. Saindo do atelier e virando à esquerda subimos a rua até avistarmos um grande pórtico à direita, continue subindo e mais adiante bem em frente a uma casa de repouso que leva seu nome, está a entrada um pouco escondida com uns degraus que levam ao platô onde ele passava as tardes pintando a montanha que fica bem à frente. A vista é linda e por lá encontramos uma turma de estudantes de pintura e também réplicas de alguns dos seus quadros. Não fomos à Montanha, optamos por fazer como Cézanne e apenas admirá-la de longe, mas há trilhas acessíveis para se ir à pé ou de carro e no escritório de turismo você obtém todas as informações.
Aix ainda tem muito mais para ser visto, como o Museu Granet, que possui uma exposição permanente de Cézanne, o Jas de Bouffand que era a casa onde ele morou, além do Hotel de Ville, a torre do relógio, Palácio da Justiça, etc. Mas isso tudo já tínhamos feito na nossa visita anterior à cidade.
Dia 10: Era de mercado em Lourmarin, um dos mais famosos da região por sinal, e foi por lá que começamos nosso dia. Cidade lotada, mercado maravilhoso! Compramos mel, especiarias e provamos alguns queijos e embutidos. Há vários restaurantes espalhados pelas pequenas ruelas, mas o mercado é o grande evento da cidade, ocupando quase todas as suas ruas. Em Lourmarin fica também o primeiro castelo renascentista da Provence.
De lá seguimos para Cucuron, cenário do filme “Um Bom Ano” que fica a apenas 8 km de Lourmarin. A cidade medieval envolta por muralhas é minúscula e praticamente fantasma, são somente 2 mil habitantes! Não tinha ninguém pelas ruas, a não ser na encantadora Place L’Étang. Lá fica o restaurante mais famoso da cidade, o La Petite Maison de Cucuron, mas achamos menu muito rebuscado, queríamos uma comidinha mais simples. Ficamos com as mesas ao ar livre do restaurante ao lado e o menu que contemplava um dos nosso pratos preferidos da Provence: o aïoli!
Como as cidades visitadas eram bem pequenas, ainda tínhamos tempo para mais duas visitas: Menérbes e Cavaillon. A visita em Menérbes foi bem curta, já que era hora da siesta, não era dia de mercado e, portanto, a cidade estava deserta! Nada aberto, ninguém nas ruas, demos uma voltinha rápida e partimos para Cavaillon, a procura dos famosos melões! Doce ilusão… Muita chuva e nenhum melão depois, voltamos para Aix. Isso é para provar que nem tudo são flores em viagens! Um dica importante quando estiver na Provence é procurar visitar as cidades em dia de mercado. Esse normalmente é o dia em que a cidade fica movimentada e a diferença para um outro dia da semana é gritante. Isso aconteceu com Lourmarin, por exemplo. Já havíamos visitado a cidade, mas não tínhamos curtido muito. Como muita gente falava da cidade, decidimos dar mais uma chance em um dia de mercado. Bingo! A cidade estava linda! Adoramos!
Dia 11: Estada em Aix-en-Provence chegando ao fim. Pela manhã fomos até Manosque, visitar a loja de fábrica da L’Occitane. Manosque fica a 49km de Aix, pela auto estrada, ou seja, viagem super rápida. Já tínhamos escutado que a visita à fábrica não era lá essas coisas, mas como adoramos os produtinhos da L’Occitane, estávamos mesmo de olho nos prometidos descontos. Ao chegarmos lá, grande decepção! Nem todos os produtos tinham desconto, e os que tinham era 10%. Não tinha nenhum produto diferenciado, como também prometido. Enfim, aproveitamos para fazer um passeio pela cidade de Manosque. Bonitinha como todas as outras cidades provençais, mas não compensou a decepção…
De volta a Aix, aproveitamos para passar no Monoprix para fazer compras de comidinhas para trazer pro Brasil, porque sim, somos destas que voltam com a mala abarrotada de comida rezando pra ninguém pegar na Polícia Federal! Hahaha.
No próximo post do nosso diário de bordo, Marseille, nossa última parada!